Por Rafael Hollanda, publicado pelo Instituto Liberal
O Brasil não é apenas surreal. O Brasil é um país demoníaco em inúmeros aspectos. Tudo aqui parece ser feito para complicar a sua vida em um espectro que vai desde a embalagem de produtos até as leis.
No Brasil, as coisas são difíceis de se compreender. A falta de objetividade e pragmatismo desse país é um dos nossos maiores problemas. Aqui, o sim não é bem um sim, é um “mais ou menos” seguido por trocentos adendos e poréns que dizem: “então, você pode fazer, mas não pode, sendo que tem uma brecha ali que diz que você pode e outra que diz que você não pode, mas a maioria já entendeu que dá pra fazer, então você pode” Entenderam? Não? Pois é, eu também não. Esse é o Brasil.
Quando Jesus Cristo disse em Mateus 5:37 que “Sim” é “Sim” e “Não” é Não” e o que passasse disso viria do maligno, ele em algum nível estava profetizando um dos maiores problemas da vida nacional do Brasil. Aqui, para saber o que é sim e não você tem que estudar Direito. É por isso que o Brasil tem tantos advogados. É por isso que o povão se vê naufragado em trilhões de probleminhas que juntos se tornam um problemão. Aqui, para ouvir um sim ou um não você precisa passar por um caminho tortuoso e por enrolações que indubitavelmente vão te deixar estressado e até mesmo desesperado. Definitivamente, isso não é nada normal.
Quando você estuda Direito e lê bastante a bíblia, como é o meu caso, você começa a reparar instantaneamente que o Brasil é um país completamente desconectado e em crise com a realidade, seja ela espiritual, moral ou legal.
É um país onde a grande parte das regras da moral são invertidas, onde se você não tiver um embasamento espiritual você facilmente se perde. É uma nação que fez de cantores de funk e jogadores de futebol os seus bezerros de ouro, exemplos a serem seguidos pelas crianças. A vulgaridade do país tem sua causa e a causa é a escolha de ídolos errados. O Brasil ama e idolatra o feio. E o feio denota vazio espiritual, cultural e moral. Não é surpresa nenhuma ver o Brasil tão degradado desse jeito, foi simplesmente uma escolha tomada pela nossa elite cultural e intelectual intoxicada por Foucault, Marx e Gramsci. O Brasil preferiu se desconstruir ao invés de buscar a beleza e a alta cultura, se isso não é demoníaco eu não sei de mais nada.
D.Pedro II, o último sopro de pragmatismo do Brasil dizia que a melhor constituição de um país são os Dez Mandamentos. Essa frase é simbólica em vários aspectos. Ele quis dizer que a vida pode ser muito mais simples e fácil, que o sim pode ser sim e o não pode ser não, que as pessoas podem respeitar umas as outras sem regulações de condutas. Que os conflitos podem ser resolvidos sem querelas complicadas que só malandros entendem e podem ganhar. Que a harmonia de Deus, se seguida, trará muito mais alegrias do que aquelas harmonias criadas pelos homens.
O Brasil decidiu jogar isso fora e abraçou o positivismo legal e o relativismo moral. E ainda dizem que Deus é brasileiro.
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